Gely Arruda

Contos e Poesias

Textos


Ìndia Jacira

Jacira, índia da tribo dos Maragás da Amazonas, menina de 14 anos, linda como todas as índias amazonenses.
Nada para fazer na tribo, pois não aparecia algo novo, sempre a mesma rotina, enquanto seu pai e seus irmãos iam a caça, Jaci, como era chamada pelo povo da tribo, tecia redes, com a mãe e demais mulheres daquela tribo.
Sempre havia festa na tribo, as vêzes para comemorar um casamento, aniversário de algum Cacique, nomeação de um novo guerreiro e quando ali aparecia algum visitante.
Naquela sexta feira de muito sol, seria um dia diferente na tribo, pois visitantes tinham chegado, trazendo presentes, espelhos, pentes e até perfume, em troca da hospitalidade daquele povo que ao contrário do que diziam eram carinhosos e hospitalheiros.
Jaci, colocará seu melhor ornamento, enfeites lindos com pérolas davam um toque a mais na beleza de seus cabelos negros.
Não importavam com roupas, pois a nudez era natural para eles, apenas se enfeitavam e se pintavam, tornando-se aos olhos deles lindos e atraentes.
Os visitantes sabiam que tinham que respeitar aquelas mulheres e que um olhar sequer custaria as suas vidas.
Henrique sempre passava pela aquela tribo já era conhecido de todos, uma vez ao ano vinha fazer uma pesquisa as árvores daquela região, empresário do ramo de madeiras, onde comercializava para construção de casas e móveis para uma pequena cidade daquele estado.
Hennrique apenas mais um dos exploradores dos índios e da Mata do Amazonas, sempre ali nunca tinha notado jaci, talvez porque em outras visitas era pequena e como crescerá! E o desejo de tê-la em seu braços foi tomando conta de henrique, nunca sentira um desejo igual até os seus 40 anos.
Na festa da sua chegada seus olhares se cruzavam, e ele queria aquela menina; ao cair da noite, encontrou Jaci, admirando a Lua e as estrelas, não pensou duas vêzes e agarrou Jaci, que assutada com sua atitude estúpida se esquivou, provocando em Henrique ainda um desejo maior
Jaci, gritou! pediu para que o Sr, Rique, pois nem seu nome sabia falar, não fizesse aquilo com ela, não precisava ser assim, pois Jaci gostava do Sr. Rique e eles poderiam casar e ela iria embora com ele, mas henrique riu da sua inocencia e a violentou.
Jaci assustada e ameaçada não pode falar a sua tribo o que tinha acontecido, acuada num canto não foi nem ver a partida dos visitantes, não podia falar, se falasse seria odiada pelas mulheres da tribo e nem um rapaz iria tomá-la como esposa.
Jaci, começou a passar mal depois de algum tempo, enjoos, tonturas e já visto a sua mãe várias vêzes assim e cada vez que sua mãe ficava assim doente era um irmãozinho que chegava naquela tenda.
Tinha que dar um jeito, ninguém poderia saber, sua barriga já está crescendo não tinha mais como esconder.
Jaci pegou algumas coisas e fugiu para mata, andou, andou até seus pés sangrarem, ja estava escurecendo e precisava de um abrigo, isso era fácil para Jaci, colheu alguma folhas, uns bambús e fez uma cabaninha e ali passou a noite, e assim foram dias e dias.
até encontrar um lugar definitivo para ficar.
Jaci querreira, construiu ali um barraco, com bambú e olhas de pinheiro, ali seria sua casa armou a rede que trouxe consigo, algumas outras coisas e sua casa até que ficou gostosa, era ali que iria ter ser filho, vivia da pesca e de alguns frutos da floresta, apenas a noite é que Jaci tinha medo, os uivos dos lobos e das onças tomavam conta da floresta e era apavorante.
Nasceu o filho de Jaci, um menino lindo, que deu o nome de Rique. Onde ia levava Rique com ela, precisava pegar água no rio, era pertinho, ia deixar Rique, pois ele estava dormindo, e ela não ia demorar.
Não demorou mesmo, e ao retonar viu um movimento estanho na sua tenda, jogou fora o pote de água e correu para ver Rique e uma cobra enorme estava com Rique, pegou seu facão e começou a golpear aquele bicho enorme, consegiu matar aquela cobra, mas era tarde demais, seu pequeno Rique estava morto.
Enterrou o corpinho de Rique ali na floresta, foi feliz ali, rique era seu tesouro e agora o que fazer sem Rique, sem forças para lutar, abandonou aquele lugar que já não era mais um paraíso.
Precisava voltar para sua tribo, mas não achava o caminho de volta, depois de muitas semanas já não aguentava mais, avistou ao longe uma fumaça e a seguiu até chegar a um povoado índigena e desmaiou.
Quando se recuperou, ao seu lado estava uma velha senhora, dona Aila, que bondosamente molhava sua fonte com água para diminuir sua febre, tornaram-se grandes amigas, Jaci confidenciou sua história a sua nova amiga que a aconselhou que quardasse segredo.
Os olhares do Cacique, eram todos para Jaci, enamorado quiz tomá-la como esposa.
O casamento de Jaci e o Cacique Ubiratã foi motivo de alegria e de muita dança na tribo, apesar de não ter mais Rique, Jaci se sentia feliz, mas no seu coração guardava aquele grande segredo.
Jaci estava esperando outro filho, ao contrário da primeira gravidez agora tinha um esposo, uma família, mas não sentia -se bem, alguma coisa estava errada Jaci as vêzes não conseguia respirar e sua gravidez foi difícil e mais ainda o parto.
As parteiras da tribo não conseguiam entender o que estava acontecendo, Jaci não conseguia dar a luz aquela criança e com muito esforço nasce uma linda menina, Terena, vamos chamá-la de Terena disse o pai, tomou a nos braços e sai para apresentá-la a Lua para que a mesma desse a sua bênção.
Ao retornar, coloca a menina nos braços de sua mãe, que Já não respondem mais, imóvel está Jaci, absolvida no sono profundo, ali tão jovem jaz Jaci, tão querreira, venceu a Mata, a cobra, os desafios da vida, mas não venceu a morte.
Cacique Ubiratã, não lamenta, apenas canta, acreditando que a Lua levou a alma de Jaci e que em troca lhe deu a de Terena.
A tribo dança em volta do fogo, para comemorar a partida de Jaci, pois acreditam que ela deu a sua vida para a Terena, Jaci será para eles uma nova deusa, que guardará as mulheres na hora do parto, seu túmulo agora é um altar de oferendas.
Para a velha Aila, sua amiga apenas tinha ido ao encontro do seu pequeno Rique.
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Gely Arruda
Enviado por Gely Arruda em 10/08/2007
Alterado em 03/06/2020
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